Graças à voz e à experiência de 15 painelistas e mais de 150 participantes de diferentes territórios da Ibero-América, o Curso Ibermuseus de Capacitação “Viagem pelas museologias para a paz: Lutas, encontros e resistências do cuidado coletivo”, modalidade virtual, realizado entre 1 e 3 de outubro, foi uma verdadeira travessia coletiva.
As gravações dos três dias já estão disponíveis em nosso canal no YouTube. Convidamos a todos a assistir e se inspirar.
Durante o primeiro dia, que aconteceu em torno do eixo Testemunhos e lutas, as exposições e experiências da Colômbia, Cuba e Portugal questionaram o passado, trazendo-o para o presente para debater e refletir sobre ele. A partir de então, as possibilidades que os museus oferecem apresentaram diversas estratégias de ação: o patrimônio como mecanismo comunitário e intergeracional. A paz como território, como lugar de encontro, de reconhecimento e construção de cidadanias. Também se falou sobre os desafios que os museus enfrentam para se constituírem como lugares seguros para memórias difíceis, para narrativas traumáticas, reconhecendo o poder que eles têm para construir relatos inclusivos.
As abordagens do segundo dia foram orientadas a partir do eixo Silêncios e resistências. Relacionadas às reflexões sobre o museu como lugar para a vida, as intervenções das especialistas da Bolívia, Equador e República Dominicana mostraram a paradoxo do silêncio: experiências onde o silêncio protege a vida, assim como outras onde o silêncio busca apagar, silenciar. E, a emergência da resistência como atitude e exercício libertador, performático, coletivo.
Assim, chegamos à terceira e última ‘parada’ desta viagem pelas museologias para a paz. Encontros e cuidado coletivo, o terceiro eixo proposto, permitiu explorar o encontro e o cuidado como ferramentas de construção da paz que não surgem como uma escolha livre, mas como uma ação política de sobrevivência. As experiências apresentadas pelos e pelas painelistas do Brasil, Espanha e Colômbia mostraram o papel fundamental que o museu desempenha para, sem ocultar conflitos, violências, injustiças, facilitar a compreensão de processos complexos e promover, a partir de sua força discursiva, a escuta, a compreensão e a ação.
Com essa revisão de enfoques e experiências museológicas de diferentes partes da região ibero-americana, o Curso Ibermuseus de Capacitação, modalidade virtual, foi encerrado. Agora, a viagem continuará na modalidade presencial no Caribe colombiano para potencializar o vivido a partir de experiências que ampliarão as perspectivas e sensibilidades; e que permitirão aprofundar a reflexão sobre o papel dos museus como agentes de transformação social que contribuem para a paz e a justiça social em territórios afetados pela violência estrutural.
Conheça as e os painelistas do curso
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