Profissionais de museus ibero-americanos diante doCOVID-19. Presente e futuro após meses de emergência sanitária.

2020 ficou marcado como um ano de mudanças sem precedentes. A expansão da pandemia da COVID-19 impactaram de forma extraordinária nas dinâmicas, sociais, econômicas e culturais de milhares de pessoas, e levaram ao fechamento ou controle de capacidade de todos os espaços de reunião e concentração de pessoas, incluindo os museus de diferentes regiões do mundo. Este fechamento temporário, que em muitos casos ainda se mantém em vigor.

Para saber o impacto que este fechamento temporário teve sobre a situação, preocupações e perspectivas futuras dos trabalhadores do setor, Ibermuseus, através do seu Observatório Ibero-americano de Museus, lançou uma pesquisa que contou com 455 participantes provenientes de 16 dos 22 países da região Ibero-Americana. Os resultados obtidos mostram certa continuidade na linha das preocupações e necessidades do setor mostradas no primeiro diagnóstico do Programa, mais no caso atual, fica evidente o aumento das preocupações sobre as medidas e protocolos de segurança sanitária ligados ao retorno ao trabalho presencial e à abertura das instituições, a necessidade de desenvolver marcos legais que protejam a situação trabalhista dos profissionais, e onde fique contemplado o regime do trabalho à distância, juntamente com alusões ao impacto psicológico causado pela situação.

Entre os dados mais preocupantes que são extraídos:

  • 6,2% das pessoas pesquisadas indicaram que haviam perdido seus empregos como resultado da pandemia, um número que sobe para 10,3% quando o pessoal autônomo que não pôde se candidatar a chamadas para projetos.
  • Os temores mais repetidos para o futuro são a perda de empregos (mencionada por 52,8% dos participantes) e o fechamento de instituições (o que preocupa 38,9%).
  • As medidas de apoio governamental implementadas para mitigar o efeito da crise form úteis para o 13,94%, entretanto, 82,2% indicaram que durante o fechamento preventivo não receberam apoio de instituições fora do museu, tais como redes, grupos ou instituições internacionais, entre outras.
  • Os trabalhadores do setor viram sua renda anual reduzida em distintos percentuais, sendo os mais significativos (22,7%) aqueles que destacam a diminuição de seus salários em menos de 40%, em comparação com 9,2%, que apontam uma redução entre 41 e 80%.  Nesse sentido, as perspectivas futuras compartilhadas demonstram que 29,9% dos profissionais consideram que sua renda será reduzida em 2021.
  • Um 31% dos entrevistados destacaram trabalhar virtualmente desde o início da crise, enquanto 32,7% alternaram o trabalho remoto com o presencial. No entanto, 6,5% continuaram a atender fisicamente e 9% não puderam realizar seu trabalho.
  • Para o desempenho do trabalho remoto, muitas foram as exigências recebidas ao redor da necessidade de regulamentação governamental, ecoando a falta de meios ou a extensão do horário de trabalho, entre outros.
  • Apesar do fechamento temporário e/ou parcial da maioria das instituições, 44% das pessoas pesquisadas indicaram que sua carga de trabalho aumentou durante o confinamento (37,6% temiam que assim continuasse em 2021), enquanto 23,2% relataram uma diminuição.

As informações aqui reunidas, juntamente com as extraídas das primeiras pesquisas, foram essenciais no momento de abordar o planejamento das ações a serem realizadas em 2021 pelo Programa, ao mesmo tempo constituem um elemento básico de referência para instituições governamentais e profissionais de museus na Ibero-América

 

 

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