Atualizado em 13 de December de 2019

Autor

Gustavo Marcondes

País

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Ação

Educação

Prêmio Ibermuseus de Educação apoia a criação de Museu Quilombola no Brasil

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A criação de um museu por meio de um processo de participação coletiva recebeu a premiação máxima na 10ª edição do Prêmio Ibermuseus de Educação, cujo resultado foi anunciado em novembro. O Museu Quilombola da Picada é um projeto desenvolvido pela ONG Centro de Documentação e Comunicação Popular (CECOP) na pequena cidade de Ipanguaçu, no estado do Rio Grande do Norte, Brasil, no qual busca-se dar protagonismo a atores locais para o resgate e valorização da cultura quilombola na região.

“O Prêmio é uma conquista muito importante para todos que trabalharam por esse projeto nos últimos dois anos”, celebra Raimundo Melo, educador e coordenador do CECOP. “O reconhecimento internacional do Ibermuseus facilita o diálogo com o poder público, ONGs e com o setor privado para a captação de mais recursos para a construção e montagem do acervo do Museu”, explica.

Com os recursos financeiros do Prêmio Ibermuseus de Educação – US$ 15 mil pela primeira colocação na Categoria I –, serão realizadas capacitações em bioconstrução, organização comunitária, inventário participativo e projeto expográfico para identificar, catalogar e disponibilizar o patrimônio cultural da comunidade no espaço do museu. Dessa forma, a comunidade fortalecerá sua identidade quilombola, o seu processo organizativo e a luta pela conquista dos seus direitos.

A iniciativa vai beneficiar diretamente 139 famílias assentadas, aproximadamente 550 pessoas da localidade e indiretamente mais de 10.000 pessoas entre professores, alunos de escolas e universidades e a população do município de Ipanguaçu e cidades vizinhas.

Até o momento, a ONG CECOP realizou duas oficinas de fotografia (foto), memória e identidade com jovens e adultos da comunidade e crianças e adolescentes da escola municipal. Com as oficinas, iniciou-se o processo de documentação e resgate da memória coletiva, por meio também da coleta de objetivos que simbolizam a cultura quilombola. Esse trabalho faz parte da constituição de acervo e da montagem de uma exposição (foto) que será incorporada ao projeto expográfico do Museu.

“São os próprios integrantes da comunidade que definirão o que deve compor o acervo do Museu, com uma linha do tempo que fale do passado, mostre o presente e projete o futuro que eles querem para si mesmos”, explica Raimundo Melo. “O Museu Quilombola da Picada é estratégico para o desenvolvimento da comunidade, e incluirá espaço expositivo e também comercial, no qual os quilombolas poderão vender o artesanato local”, completa.

Com a apoio da Secretaria Estadual de Educação e Cultura que disponibilizou o arquiteto, foi construída a planta do museu, num processo de diálogo com a comunidade. A previsão é que o primeiro módulo do museu fique pronto em 2020.

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