Atualizado em 30 de June de 2021

Palavras-chave
Educação, Pandemia, virtual

A comunicação de museus no mundo virtual e o nascimento de novos públicos foram temas analisados no terceiro webinar

Em um dia intenso que durou cerca de duas horas, concluiu-se o Terceiro Webinar: «Travessias museais: comunicando entre o físico e o virtual”, onde e por meio de diversas perspectivas e especialidades, foram analisadas a transformação da comunicação em museus desde a pandemia, o uso da tecnologia como alternativa aos encerramentos temporários de vários museus da região e o aumento de audiências virtuais.

A pesquisadora e especialista em políticas públicas, memória social e museus, Ivette Celi do Equador, moderadora do evento, provocou a conversa ao indicar que o aumento do uso de aplicativos online tornou-se um elemento de homogeneização de experiências e uma ferramenta de interação com os públicos. Além disso, destacou que hoje cada vez mais os internautas julgam, opinam, rejeitam ou agregam vínculos de pertencimento a instituições museológicas ao mesmo tempo em que constroem dinâmicas de interação global. Ela também questionou que muitos museus pequenos, comunitários e locais da América Latina não poderiam se desenvolver no mundo virtual, devido à ausencia de conexão para toda a população.

Sissy Delgado, especialista em Comunicação e Publicidade da Universidade Científica do Sul do Perú, afirmou que “com a virtualidade, os museus não vão perder a conexão com seus públicos. A virtualidade é uma oportunidade”, disse e convidou a pensar em 4 alternativas para gerar vínculos virtuais: disponibilizar acervos digitais; criar e usar plataformas digitais; identificar o público-alvo e entusiasmar o público por meio dos conteúdos. Por outro lado, mencionou que falta um trabalho articulado que atenda às necessidades de capacitação dos colaboradores de museus. “Não estão sozinhos (os pequenos museus) existem associações e redes de apoio” para que possam desenvolver melhor o seu trabalho na virtualidade. Ela acredita que o museu virtual continuará acompanhando o físico daqui para frente.

João Neto, diretor do Museu da Farmácia, presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), destacou que os trabalhadores do museu “nunca baixaram os braços nesta época de pandemia e têm trabalhado intensamente para contar com novas audiências…. Quando um museu físico desaparece, desaparece a sua competencia técnica … Temos que aprender a usar as novas tecnologias para que o objeto histórico não desapareça na virtualidade”.

Por sua parte, Lauro Zavala, pesquisador e professor da Universidade Autônoma Metropolitana de Xochimilco do México, falou do conceito de “edutenimento” (uma combinação de educação e entretenimento) como possibilidade de migração para museus tradicionais e vice-versa. Salientou que a virtualidade abre novos caminhos nos quais o museu se torna “um espaço múltiplo, um ponto de encontro com o jogo num projeto programático…”.

Sissy Delgado, assim como Lauro Zavala especificaram que existem mudanças de comportamento das quais fazemos parte. A virtualidade está configurando novas audiências e novas estéticas. “As redes sociais vão ser a primeira opção para os jovens nativos digitais, mas não todos foram educados digitalmente. Adicionado a isso estão as lacunas de conexão. E uma cultura participativa: todos querem ser protagonistas de suas próprias histórias. Estamos em uma cultura de acesso aberto. Não guardamos informação, agora queremos consumir lo online”, afirmou a especialista.

João Neto, que pensa que o público está sobrecarregado por estar em casa e irá aos poucos procurar voltar a visitar os museus de forma física, declarou no último bloco: “As tecnologias devem trabalhar para nós e não nós para as tecnologias. Essas tecnologias podem ajudar a democratizar o acesso ao patrimônio do conhecimento”.

Concluímos assim, com esta grande reflexão, mais um ciclo de Diálogos Ibermuseus. Compartilhamos a sessão de hoje e os convidamos a assitir o ciclo completo, disponível no nosso canal do YouTube. Os três temas se entrelaçam e juntos compõem um amálgama de informações de grande interesse que podem servir de inspiração e motivação para profissionais de museus e tomadores de decisão da região.

 

Nos vemos em breve nas seguintes atividades programadas para o ano. Fiquem atentos !

Juntos e conectados, somos mais fortes!

 

 

 

 

 

 

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