As raízes do imaginário de Guernica

Coincidindo com o 80º aniversário da primeira vez que se expôs a Guernica, o Centro Nacional de Arte e Museu Reina Sofía apresenta, de 5 de abril a 4 de setembro de 2017, a exposição “Piedad y Terror en Picasso. El Camino a Guernica”. A mostra de cerca de 180 obras é focada nas raízes do imaginário do quadro, encomendado a Pablo Picasso para o Pavilhão Espanhol da Exposição Internacional de Paris, de 1937. 

A exposição, que teve a curadoria de Timothy James Clark e Anne M. Wagner, aborda a visão de Picasso da guerra moderna – guerra vinda do céu, morte à distância, destruição de populações inteiras –, bem como a iconografia de agonia, perplexidade e horror que esse tipo de violência traz. Nela, são encontradas em trabalhos anteriores do pintor as cenas frenéticas e de êxtase como as representadas na Guernica.

A mostra começa com naturezas-mortas e interiores dos anos 1924 e 1925, para depois dar lugar a como Picasso assumiu a monstruosidade e a violência no final daquela década e durante a seguinte, com seus retratos devastadores feitos no início da Segunda Guerra Mundial. O percurso proposto destaca que não teria sido possível a concepção da Guernica sem essas experiências anteriores.

Como parte desta exposição são apresentados como um contraponto histórico os resultados do projeto de pesquisa Fundo Documentário Guernica, que cobrem o período de 1937 a 1949. O objetivo desse projeto, lançado em 2015, foi reunir e estudar toda a documentação e referências possíveis a respeito da obra mais emblemática da coleção do Reina Sofía, contribuindo para uma melhor compreensão dela: sua origem, exposições em que participou, o uso propagandístico do que foi feito e seu lugar na história da arte.

Imagens:

Reportagem sobre a evolução da Guernica, Paris 1937
Dora Maar
Arquivo fotográfico do Museu Reina Sofía

Estudo de uma cabeça chorando (I). Desenho preparatório para «Guernica», 1937
Pablo Picasso
Grafute, guache y lápis de cor sobre papel
Arquivo fotográfico do Museu Reina Sofía