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Atualizado em 06 de September de 2023

Temos o prazer de apresentar as gravações da Jornada Ibero-americana Museus e Sustentabilidade

Ao longo de dois dias, especialistas e profissionais de museus da região ibero-americana se reuniram para explorar as intersecções entre a sustentabilidade e as funções primárias dos museus.

Mergulhe nas sessões cativantes que abordam temas fundamentais, tais como gestão, comunicação, pesquisa, preservação e educação, juntamente com assuntos como gênero, descolonização, direitos humanos, diversidade cultural e o papel dos museus como pontes e pontos de encontro entre a sociedade, sua memória e seu território.

Desde debates sobre práticas eco-amigáveis e gestão de recursos até o papel dos museus na consciência ambiental, esses vídeos oferecem uma visão abrangente das ideias e perspectivas compartilhadas por mais de 30 pessoas que apresentaram suas experiências e conhecimentos nas conferências, painéis de discussão e mesas-redondas.

Convidamos a desfrutar dessas valiosas apresentações e a se inspirar para participar do diálogo global sobre como os museus podem contribuir para um presente e um futuro sustentáveis.

5 de julho

Jornada da manha

●      Boas-vindas à ‘Jornada Ibero-Americana Museus e Sustentabilidade: ferramentas, práticas e estratégias’ por parte de Cláudia Ramalho (SESI Lab, Brasil) Sara Díez (SEGIB, Espanha) William López (Representante do Conselho Intergovernamental do Programa Ibermuseus, Colômbia) Fernanda Castro (IBRAM, Brasil) e Margareth Menezes (Ministra da Cultura, Brasil).

●      Conferência de abertura: Construindo futuros sustentáveis: museus como agentes de mudança

A conferência apresentada por Mario Chagas (Museu da República, Brasil) e Renata Bittencourt (Instituto Moreira Salles, Brasil) abordou o papel dos museus como agentes de mudança na construção de um futuro sustentável, destacando especialmente as novas narrativas e o valor dos museus pela valorização da diversidade cultural, fundamental nos processos de reparação histórica.

A conferência teve como abordagem pensar o futuro como um lugar do ancestral sem abandonar os avanços científicos, artísticos e tecnológicos. Acrescentou-se ainda o apelo à defesa dos valores democráticos e a exigência da representação da comunidade negra e indígena nas narrativas dos museus, apelando para uma sustentabilidade integrada e vinculada às suas dimensões.

●      Apresentação do Guia. A transformação sustentável dos museus e o Guia de Autoavaliação em Sustentabilidade de Museus

A apresentação foi realizada por especialistas que fazem parte da Mesa Técnica de Sustentabilidade do Ibermuseus. Fizeram um breve resumo do processo de construção da ferramenta desde 2019, que tem entre seus marcos o Marco Conceitual Comum sobre Sustentabilidade, a metodologia para a construção de um painel de indicadores como matriz para o desenvolvimento do Guia. e finalmente o Guia. Por um lado, destacaram o processo aberto e participativo que tornou possível essa ferramenta e, por outro, a relação entre as funções dos museus e as dimensões da sustentabilidade.

●      Apresentação do Guia. A aplicação do Guia na perspectiva dos museus.

Especialistas da Espanha e do Equador analisaram a aplicação do Guia em seus países com base nas experiências de seus museus: Centro de Investigación de Altamira e Museo Camilo Egas, respectivamente.

Jornada da tarde

●      Painel de discussão: Preservação e Conservação: práticas sustentáveis para proteção do patrimônio

Nesse painel, as especialistas da Argentina e da Costa Rica e o especialista da República Dominicana apresentaram o trabalho de construção realizado no Palacio San José Museo y Monumento Histórico Nacional “Justo José De Urquiza”, o projeto do Museo de la Universidad de Costa Rica e os Programas Culturais do Centro Cultural Eduardo León Jimenes, respectivamente.

Ressaltou-se a necessidade de se ter mais conhecimento das ações sustentáveis e das boas práticas que estão sendo implementadas na região e de se continuar no caminho da divulgação e da incorporação do conceito. Ainda, definiu-se que a preservação é uma tarefa essencial dos museus e dos processos museológicos que englobam todas as perspectivas: preservar para conservar, pesquisar, comunicar e educar sobre o patrimônio; restaurar para garantir a tangibilidade da memória.

●      Painel de discussão: Educação e Sustentabilidade: promovendo o papel social dos museus

Nesse espaço, a conversa versou sobre as experiências do Parque Arqueológico Los Naranjos, em Honduras, do Museu Pachacamac, no Peru, e do Palácio Nacional da Ajuda/ Museu do Tesouro Real, em Portugal.

Destacaram-se as estratégias que os museus têm implementado para integrar todos os componentes dos museus, fortalecer os vínculos com as populações do seu entorno e o trabalho colaborativo com a comunidade para a acompanhar e incentivar a aprendizagem e a valorização do patrimônio cultural e natural.

A partir de pesquisas arqueológicas e históricas, destacaram ações educativas de inserção comunitária que fortaleceram as relações entre os museus e sua vizinhança mais próxima. Além disso, as experiências demonstraram que a promoção de vocações profissionais entre crianças e jovens das comunidades locais, envolvendo-os de forma interativa e lúdica, fomentando a coesão social entre alunos, professores e progenitores, fortaleceu a perspectiva dos museus como agentes de mudança social.

6 de julho

Jornada da manhã

●      Painel de discussão: Caminhos para a sustentabilidade económica

Nesse painel de discussão, representantes do Museu Paraense Emílio Goeldi (Brasil), o Museo del Desierto (México) e o Museu de Arte do Rio (Brasil) apresentaram algumas das estratégias de sustentabilidade econômica que estão vinculadas aos modelos de gestão dos museus e que incluem iniciativas como receitas próprias de ingressos, lojas e financiamentos públicos, leis de incentivo, editais, convênios e parcerias, considerando sempre a ampliação das relações com os públicos.

Destacou-se a relevância da cultura em geral e dos museus em particular para o PIB e os indicadores econômicos governamentais.

●      Painel de discussão Políticas públicas para a sustentabilidade: o papel dos governos e das organizações na ação dos museus para um futuro sustentável

Foi o espaço para conhecer as experiências de políticas públicas desenvolvidas pelo Sistema Estadual de Museus de São Paulo, no Brasil; a nova abordagem de fortalecimento institucional e de gestão que o Museo Nacional de Colombia está construindo; e o processo sustentado da Subsecretaría de Patrimonio Cultural de Chile.

O público foi convidado a repensar o desenho organizacional e a lógica de governança dos museus, a fim de promover o fortalecimento das políticas públicas e práticas mais sustentáveis nas instituições. Argumentou-se que os museus deveriam ativar estratégias de vinculação com a sociedade civil, como a geração de instâncias participativas de consulta cidadã nos processos legislativos, e que é necessário testar outros dispositivos de diálogo e negociação com sujeitos sociais cujos conhecimentos, expectativas e relatos muitas vezes estão fora das lógicas mais tradicionais de gestão.

●      Painel de discussão Governança: práticas sustentáveis na gestão integral de museus

As experiências apresentadas pelo Museo de la Solidaridad Salvador Allende, do Chile, pelo Museu d’Art Contemporani de Barcelona – MACBA, da Espanha, e pelo Museo Nacional y Centro de Investigación de Altamira, da Espanha, permitiram perceber a relação necessária entre gestão, participação e governança para falar de integralidade.

Seus palestrantes destacaram que a função de governança é transversal e coordena as outras funções primárias (conservação, educação, comunicação e pesquisa), sendo responsável pela liderança, estratégia e mecanismos de controle. Além disso, defenderam uma abordagem prática da governança que envolva a operacionalização de aspectos como planejamento estratégico, modelos de gestão e financiamento, políticas, recursos humanos, comunicação e estratégias e mecanismos de monitoramento e avaliação da gestão.

Jornada da tarde

●      Apresentação do SESI Lab por Cláudia Ramalho, Diretora de Cultura do SESI Lab.

●      Painel de discussão Comunicação sustentável: construindo estratégias internas e pontes com a comunidade

A partir das experiências apresentadas pelo Museu do Homem do Nordeste, (Brasil), e pelo Museu San Jacinto (Colômbia), enfatizou-se na importância da comunicação para a participação do público e das comunidades que circundam os museus e para provocar experiências significativas com e a partir das coleções do museu.

Foram convidados a considerar a comunicação como função transversal e “coração” do Museu. A comunicação é um veículo de sensibilização para as quatro dimensões da Sustentabilidade e a sua articulação com funções museológicas. Tudo é comunicação num museu, foi dito.

●      Painel de discussão Sustentabilidade na pesquisa: gerar e compartilhar conhecimentos

No último painel da conferência, em que foram apresentadas as experiências do Museo Nacional de Antropología (El Salvador) e do Museo Nacional de Antropología (Uruguai), foi valorizado o papel fundamental dos visitantes na orientação dos processos de pesquisa, suas metodologias, temáticas e até mesmo sua abrangência.

Destacou-se que a pesquisa é um elemento essencial nos processos de sustentabilidade da memória e do patrimônio cultural. Sua importância reside em informar, em reescrever a história, em ir além da visão oficial para incorporar a diversidade de vozes e contextos como um aspecto fundamental. Além disso, destacou-se a conexão entre a pesquisa cultural e as dimensões do desenvolvimento, incluindo o meio ambiente, como processos fundamentais para promover a participação da comunidade e a apropriação da sustentabilidade.

●      Conferência de encerramento. A responsabilidade dos museus com o presente e o futuro: um apelo à ação

Alemberg Quindins, Diretor da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri (Brasil), conduziu a plateia por diferentes práticas sustentáveis nas dimensões social, econômica, cultural e ambiental a partir da ação e funcionamento da Fundação e sua relação com as comunidades da Chapada do Araripe (Ceará, Brasil). Foram destacadas a preservação da memória histórica e cultural do território e a geração de recursos econômicos e de autonomia social; e valorizadas as práticas ligadas ao patrimônio imaterial e ambiental da região.

Durante sua apresentação, ele relembrou as origens da Fundação e do Memorial e convidou a pensar no ambiente físico, cultural e ambiental e na vida quotidiana do museu como parte de um grande relato mitológico que faz parte da identidade do museu. Quindins enfatizou a tarefa da instituição de fazer do museu uma experiência para seu público, pois isso faz parte de sua formação como cidadania.

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